PASCOM e Dízimo/ Partilha
Apesar de tantas evidências em contrário, ainda há quem queira situar neste mundo o reinado de Cristo, com a realização plena das promessas de bem-aventurança…
Sim, Jesus é Rei e Senhor, o princípio e a plenitude de tudo o que existe (2ª leitura). Tudo foi criado por ele e para ele, tudo lhe está submetido, mas ele próprio se submeteu à morte por amor a nós, a fim de nos reconciliar com Deus! Foi sobre a cruz que ele foi entronizado em seu reinado, tendo por testemunhas dois ladrões…
O pagão Pilatos reconheceu a sua realeza, embora o entregasse à morte. Sabia que havia, naquele homem, uma realeza de ordem superior, que a morte não poderia eliminar… Ao contrário, a morte a revelava! O ladrão arrependido também o percebeu, enquanto o outro, revoltado, insistia em cobrar-lhe um messianismo de glórias terrenas e vitórias imediatas, nas quais, ainda por cima, queria ser incluído… Quantos de nós, ainda hoje, continuamos esperando um Messias que nos tire da cruz, que nos livre das consequências dos nossos pecados!
O que nos pode garantir um lugar no Reino de Cristo é, ao contrário, a cruz assumida com a coragem que nasce da fé, e aceita como justa expiação por nossos pecados, como garantiu ao “bom” ladrão. De nada nos servirá uma vida inteira de boas obras, se nos faltar essa fé que acredita mesmo na provação, e a consciência de que a salvação é dom, não merecimento. Quem pensa poder apresentar a Deus uma fatura por serviços prestados e exigir o pagamento, não terá lugar em seu Reino…
Para Cristo, o modo de exercer sua realeza sobre todos os homens, inclusive seus inimigos, é oferecendo-lhes o perdão. Mas é preciso que a humanidade redimida aceite o perdão de Deus, reconhecendo que necessita dele, e não se volte orgulhosamente sobre si mesma, contabilizando os méritos ou “direitos” que acredita ter ou cobrando recompensas imediatas em bens deste mundo. O Reino que Cristo nos quer dar é de outra ordem… e passa, justamente, pela renúncia às glórias da terra.
Perdoados por Cristo e aceitando com amor a nossa cruz, participamos do seu reinado neste mundo ao viver, como ele viveu, uma vida de despojamento e de serviço. Tornamo-nos, como ele, instrumentos de paz e reconciliação com Deus, ao dar a vida pela salvação nossa e dos irmãos.
Margarida Hulshof | Paróquia Divino Espírito Santo – Holambra
Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (20.11.16 – Cristo Rei)
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