PASCOM e Dízimo/ Partilha
Jesus tinha dito: “Se eu não for, o Espírito não virá a vós…” E antes de voltar para o Pai, lembrou-lhes essa promessa cuja realização estava próxima (1ª leitura).
Durante 40 dias, Jesus deu testemunho de sua ressurreição aos apóstolos, e transmitiu-lhes suas últimas recomendações. Agora, “sereis vós as minhas testemunhas, até os confins da terra, com a força do Espírito Santo que virá sobre vós dentro de poucos dias. E então entendereis, e então deixareis de vos preocupar com tempos e datas, e de esperar por um Reino em moldes terrenos…” O Espírito, como diz Paulo na 2ª leitura, iluminará os seus corações para que compreendam “qual a esperança que o seu chamado encerra”, e qual o verdadeiro significado do seu poder. É nele, Cristo ressuscitado, que encontramos nossa plenitude.
E agora, cumprida a sua missão terrestre, Jesus regressa para junto do Pai, de onde – como rezamos no Credo – há de vir no Grande Dia, para julgar os vivos e os mortos.
Estamos diante de mais um “degrau” no processo de glorificação do Verbo que se fez carne para ser nosso Salvador. Quando Jesus nasceu, os anjos do céu lhe cantaram “Glória”. Em seu Batismo, a voz do Pai o identificou como o Filho bem-amado, cena que se repetiria, intensificada, na Transfiguração. Aqui e ali, dominando a tempestade ou mudando a água em vinho, sua glória voltaria a se manifestar. Sua Ressurreição, com a derrota definitiva da morte, elevaria ainda mais a sua imagem diante dos homens. E agora, passada a humilhação e a dor de sua Paixão, elevando-se nos céus até desaparecer em uma nuvem, Jesus se mostra no esplendor de sua divindade. Sua Segunda Vinda será o clímax desse mesmo processo.
Diz São Lucas que os discípulos foram tomados de grande alegria, pois a gloriosa manifestação do poder divino que a Ascensão de Jesus lhes oferecia ultrapassava em muito a tristeza da separação. Será preciso que os anjos venham despertá-los de sua embriaguez espiritual, lembrando que o Senhor voltará, mas, enquanto isso, há tarefas a cumprir aqui embaixo… E é para essa missão que o Espírito Santo irá em breve capacitá-los e fortalecê-los.
A mesma alegria contagiava os primeiros cristãos: “A ascensão de Cristo é a nossa ascensão; já que o Corpo é convidado a elevar-se até a glória em que o precedeu a Cabeça, vamos cantar nossa alegria, expandir em ação de graças todo o nosso júbilo. Hoje, não apenas conquistamos o paraíso, mas, no Cristo, penetramos nos mais altos céus.” (S. Leão Magno)
Margarida Hulshof
Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (08.05.16 – Ascensão do Senhor)
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